quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Triste sina inglesa


A Inglaterra é o país que mais serve de referência quando o assunto é a F1: é o berço da categoria, é o país-sede da maioria absoluta das equipes que disputam o certame, concentra o maior número de museus e lojas de memorabilia e demais quinquilharias para os ávidos colecionadores e aficcionados amantes do esporte...Um piloto novato que tenha pretensões de estrelar na F1 precisa, quase que obrigatoriamente, fazer bonito nas categorias de base inglesas...e o idioma oficial da F1 é o inglês.
Portanto, a F1, por mais cosmopolita que possa ser, é, em sua essência, inglesa.
O que ocorre então com um país em que se respira F1 e não consegue fazer de seus pilotos grandes vencedores de títulos? E o pior: nas estatísticas da F1 os ingleses estão entre os maiores perdedores de títulos... A coisa é tão séria que os dirigentes bolaram um maneira de mascarar a inépcia inglesa de converter em números as glórias de seus pilotos: contabilizar os números de pilotos escoceses e norte-irlandeses todos sob a bandeira do REINO UNIDO, é por isso que o Reino Unido é o país com maior número de títulos na F1, doze. Sem esse subterfúgio a Inglaterra seria a segunda colocada no ranking de campeões mundiais, perderia para o Brasil - primeiro colocado com oito títulos - e empataria com a Alemanha - sete. Para aprofundarmos essa análise façamos um retrospecto dos ingleses campeões do mundo, em ordem cronológica:

Mike Hawthorn campeão em 1958, Graham Hill - 1962 e 1968, John Surtees - 1964, James Hunt - 1976, Nigel Mansell - 1992 e Damon Hill - 1996.

Viram só que o esquadrão inglês conta, no máximo, com um bicampeão? Ao passo que Austrália, Áustria e Escócia têm, por exemplo, pelo menos um tricampeão. E as decepções então? Os ingleses estão entre os maiores perdedores de títulos da história da F1: o maior exemplo disso é Stirling Moss, que acumulou a incrível façanha de perder cinco títulos mundiais, inclusive um para seu compatriota Hawthorn por um ponto de diferença. Mas não podemos nos esquecer também de Nigel Mansell, que diputando diretamente perdeu três títulos - para Prost, Piquet e Senna - e o que mais entristece o torcedor inglês, no caso de Mansell, foram as circunstâncias como ele perdeu os títulos: em todas as ocasiões ele tinha um carro melhor que seus opositores e, no caso de Piquet em 1987, contava com o apoio declarado da equipe - que chegou a cancelar o projeto da suspensão ativa, desenvolvida por Piquet, porque Mansell não se adaptava ao carro com o recurso.
Não é uma situação angustiante?
Pois é, mas o que mais amedronta os súditos da rainha é que depois de anos sem um grande piloto surge o estreante meteórico Lewis Hamilton em 2007...Surpreendentemente, Lewis lidera a maioria do campeonato e chega a duas corridas do final do campeonato precisando de uma simples quarta posição em apenas uma delas para se tornar campeão - exatamente como Mansell em 1986 - e o que acontece? A sina inglesa volta a "entrar em campo" e Hamilton entrega de bandeja para Räikkönen um título que todos já contavam como certo para Lewis.
E eis o grande pesadelo inglês: títulos unitários e esparsos e uma sucessão de derrotas de seus grande ídolos.
SERÁ QUE HAMILTON QUEBRARÁ ESSA SINA OU A CORROBORÁ? Por enquanto, ele faz parte da estatística das decepções...
TRISTE SINA!!!
GOD SAVE THE QUEEN!!!